A única estreia desta semana nos cinemas em Nova Friburgo é Confinado. Esse é um suspense com estrutura claustrofóbica, inspirada claramente pelo filme argentino 4×4 de 2019 e, em menor escala, pela versão brasileira A Jaula. No enredo um ladrão invade um carro aparentemente comum, mas logo descobre que caiu em uma armadilha meticulosamente planejada. Preso dentro do veículo, sem contato com o mundo exterior, ele é forçado a enfrentar não apenas o confinamento físico, mas também um jogo psicológico imposto por um justiceiro que observa e manipula seus movimentos. Ao longo do tempo, o que parecia um simples crime se transforma em uma intensa batalha de resistência, culpa e redenção. O diretor David Yarovesky consegue sustentar a tensão inicial, mas por pouco tempo. Em certos momentos, a narrativa estagna. Ainda assim, há méritos na forma como a câmera é utilizada para criar claustrofobia com ângulos fechados, uso de reflexos e planos longos que reforçam o isolamento e o desespero. No elenco Bill Skarsgård entrega uma performance intensa, transmitindo o desespero e a luta pela sobrevivência. Anthony Hopkins, mesmo com aparições limitadas, impõe sua presença marcante. A interação entre os dois é o ponto alto do filme. Em comparação ao 4×4 argentino, esse filme segue a premissa original, mas busca adicionar camadas psicológicas aos personagens. Já em comparação com A Jaula, versão brasileira da mesma história, Confinado apresenta uma produção mais polida, mas menos enraizada em críticas sociais específicas, o que pode torná-lo menos impactante. Embora Confinado ofereça uma experiência de suspense competente, o filme não se destaca significativamente dentro do gênero. A falta de originalidade e profundidade nos personagens são os principais pontos negativos. Para quem busca uma narrativa mais inovadora ou provocativa, as versões anteriores podem oferecer uma experiência mais satisfatória. Ainda assim, vale o ingresso e a indicação etária é para maiores de 16 anos.
Sugestão: A dica desta semana para assistir em casa vai para O Jardineiro. Série espanhola disponível no catálogo da Netflix se destaca pelo seu suspense psicológico sutil e atmosfera inquietante. A trama se desenrola lentamente, o que pode frustrar espectadores em busca de ação imediata, mas recompensa quem aprecia histórias que exploram o comportamento humano de forma mais introspectiva. A construção dos personagens é um dos pontos altos especialmente o protagonista, cuja dualidade entre delicadeza e ameaça dá o tom à narrativa. É uma série que aposta na tensão silenciosa e na complexidade emocional, entregando um suspense psicológico maduro. Não é para todos, mas para quem aprecia narrativas densas, é uma experiência intrigante e bem conduzida.